segunda-feira, 24 de maio de 2010

Captação de Água da Chuva

Uma das coisas que eu gostaria de ter na minha futura casa é um sistema para captação de água da chuva para reuso em lugares onde não é necessário água potável. Eu estou longe de ser um ativista ecológico mas se o custo de colocar um sistema deste for razoável, acho que não há mal nenhum em fazer a minha parte. Além disso, mais cedo ou mais tarde alguém vai ter a idéia de dar algum tipo de desconto no IPTU para casas que comprovarem ter sistemas de reuso da água ou tratamento de esgoto, então não custa nada me antecipar. :D

Confesso que a minha primeira visita a um arquiteto colocou um grande sinal de alerta nesta minha intenção: segundo ele, o uso de água da chuva não é recomendado para vasos sanitários e para lavar roupas porque a acidez da água - por conta da poluição - com o tempo amarela a cerâmica e os tecidos. Tudo bem, pode ser que o uso em jardins ou para lavar o carro seja suficiente para alguém, mas tanto jardinagem quanto lavar o carro estão bem longe de ser uma das minhas atividades favoritas. Por outro lado, desqualificar todo o sistema por conta da acidez da água me pareceu um exagero - alguém já deve ter pensado em uma solução para isto. Neutralizar o pH da água não deveria ser algo tão difícil mas como eu não conheço bulhufas deste assunto, resolvi que era hora de pesquisar um pouco…

A primeira conclusão que eu tirei é que muito se fala sobre sistemas de coleta de água da chuva mas no fim das contas tudo ainda parece muito artesanal ou em estágios iniciais de padronização. Poucos lugares levantam todos os pontos importantes e alguns sistemas realmente ignoram questões como a acidez ou qualidade da água coletada. E os esquemas mais "completos" ainda parecem projetos de faculdade, com tubos muito aparentes e com uma estética que lembra os inventos do Professor Pardal.

Então segue um apanhado geral dos pontos que eu achei importantes:

  • Coleta da água: Simples e elementar - você precisa de um telhado e de calhas que coletem a água que escoa deste telhado. Em algum site eu vi que telhados cerâmicos tendem a resultar em uma água mais cristalina limpa do que telhados pavimentados (acho que é isso), que acabam deixando a água turva.
  • Separação de sólidos: O primeiro estágio do sistema é separar resíduos sólidos como folhas, por exemplo. Existem alguns sistemas que trabalham com uma espécie de cano de paredes duplas onde a água escorre pelas extremidades enquanto os resíduos sólidos passam pelo meio. Parece algo bem engenhoso, mas o mais comum é o sistema com grade(s) que desviam os sólidos para a rede de esgoto enquanto a água é direcionada para os próximos estágios.
 

  • Descarte dos primeiros minutos de chuva: Embora nem todos os sites comentem, os primeiros minutos de chuva fazem a lavagem do telhado e das calhas, trazendo uma água suja (com poeira e fezes de pássaros). Demorou um pouco até eu entender como este descarte funciona mas trata-se de um mecanismo bem simples mas nem sempre tão eficiente. 



  • Redução da Acidez: segundo uma boa parte das fontes, a água da chuva realmente é ácida mas o contato dela com o telhado e o descanso na cisterna naturalmente a fazem voltar ao pH 7.0. Entretanto, alguns sistemas prevêem o uso de pedras de calcário para anular esta acidez, nos casos onde o pH for baixo demais (como em áreas industriais, por exemplo).
  • Aplicação de Cloro: Não é comum mas pelo menos um dos sistemas trabalha com cloro para desinfetar a água durante o processo de coleta.

  • Filtros: O mesmo sistema acima trabalha com um filtro para retirar resíduos maiores de 25 micras (3 vezes menores que um grão de talco)  que tenham - obviamente - passado pela primeira filtragem. A única preocupação tanto do uso deste filtro quando do cloro me parece ser o fato de que haverá um custo e esforço de manutenção, enquanto as demais parecem ter uma auto-suficiência bem interessante.



  • Cisterna: Finalmente a água chega na cisterna. Para quem pensava que era só jogar a água lá dentro, estava muito enganado. Existe uma técnica de fazer com que a água entre pelo fundo para evitar o turbilhonamento ou agitação da água. A saída para a caixa d'água também é esquematizada: uma bóia mantém o coletor da bomba de pressão próximo à superfície, mas não boiando. Isto evita que a bomba colete partículas que estejam depositadas no fundo ou na superfície, pegando apenas a água do meio…



  • Bombeamento: Já citei antes mas vale a pena reforçar: a sugestão é que se utilize uma bomba de pressão que empurre a água para da cisterna para a caixa d'água e não o inverso (que seria uma bomba que puxasse a água a partir do alto). Aparentemente, bombas de sucção são mais problemáticas que bombas de pressão.



Agora a pergunta valendo 1000 pontos: quanto custa ?
Bom.. ainda é cedo para falar em orçamentos, mas pelo que eu vi não parece ser algo tão absurdo. O custo maior talvez seja a construção da cisterna já que os demais componentes - tirando a bomba - pode ficar de R$ 300,00 a R$ 1500,00. 

Seguem alguns dos links que eu achei mais interessantes e serviram de base para este post:



Até o próximo post…

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A primeira visita ao (primeiro) arquiteto...

Ontem fui ao primeiro arquiteto... Para uma primeira vez, acho que foi tudo normal: O cara te mostra uma infinidade de casas diferentes até que você coloque em xeque qualquer idéia que tivesse e acreditava que "isto é obrigatório, tem que ter". Deve ser alguma técnica para "resetar" as suas expectativas socando milhares de opções na sua cabeça até que você precise se livrar de todas, ficando em dúvida até se você realmente queria uma casa e, com isto, totalmente na mão das idéias dele. :)

Tirando isto, fiz duas perguntas pro cabra:
  • O que você acha do sistema Light Steel Framing (ver post anterior) ? A resposta foi curta e objetiva: Não vale a pena, é muito caro. Eu até tentei insistir no assunto mas fiquei com medo de que arquitetos possam ter uma versão própria daquela cuspida no prato que o garçon dá para o cliente que reclama e achei melhor perguntar mais para o próximo. :)
  • Vocês montam projetos com coleta de água da chuva ? A resposta foi dúbia.. ao mesmo tempo que ele disse que todos os projetos deles saem com captação de água da chuva, ele me disse que a única utilidade é para o jardim, já que para lavar roupas ou mesmo a descarga, a acidez da água torna a roupa ou o vaso amarelados com o tempo. Se o retorno é tão pequeno, por que colocar como padrão em todos os projetos ??? :-S
Enfim... foi tudo ótimo. :-D

Até o próximo post...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Light Steel Frame - Uma opção Viável ?

Ainda estamos longe de sequer termos um projeto para a construção, mas estive pesquisando sobre uma técnica chamada Light Steel Frame ou Light Steel Framing. Esta é uma técnica muito comum nos EUA e com um pouco de sorte algum senso de observação você pode tê-la percebido em algum filme ou mesmo estando lá (para quem teve esta oportunidade).

Diferente da técnica de alvenaria, que é a mais comum por aqui, a Light Steel Framing consiste em criar um "esqueleto" completo da casa (que pode ser feita de madeira mas atualmente se usa alguma liga de aço - Light Steel) e depois fechar/revestir as paredes que são ocas e opcionalmente preenchida com algum material para isolamento térmico ou acústico.
Isto resulta numa construção que:

  • Por mais incrível que pareça, não possui vigas nem colunas. Todo o peso da construção é distribuído pela armação metálica e não concentrado em pontos específicos. Com isto, a fundação - e o gasto com cimento :D - também é menos exigida.
  • No geral, é menos artesanal e mais industrial. O que isto quer dizer ? A estrutura de metal é fabricada de acordo com o projeto da obra e quando chega ao canteiro de obras o trabalho é mais ou menos como montar um grande lego com peças que se encaixam. Nada de construir paredes e sair quebrando depois, nada de gastos imprevisíveis com cimento, areia, aquela sujeira toda e prazos indefinidos... parece que até a chuva afeta menos o andamento da obra.
  • É mais flexível - como a estrutura da obra é feita em aço, algumas maluquices que na alvenaria seriam dificeis de conseguir, no Light Steel Framing é possível e, eu arriscaria, algo até trivial.
  • Apresenta uma qualidade maior de isolamento acústico e térmico. No primeiro caso isto significa chances maiores de dormir quando uma festa estiver acontecendo a alguns metros do seu travesseiro. No segundo, significa uma troca menor de calor com o ambiente externo, o que é bom tanto no inverno (uma casa mais quente) quanto no verão (um gasto menor com ar-condicionado).
  • Como as paredes são ocas, em teoria a manutenção também é reduzida: quer uma tomada nova ou arrumar um vazamento? Abra a parede faça o que for necessário e feche de novo. Isto é mais barato? Não sei, mas só fato de não precisar quebrar parede já parece ser um ponto positivo.
  • Permite criar um novo andar mesmo em construções que não tenham fundamento suficiente. Isto acontece porque o peso geral de uma construção Light Steel Framing é bem menor que a de alvenaria, então um novo andar - e acredito que até mesmo a laje! - são adequadas para o fundamento já existente.
Isto tudo significa que Light Steel Framing é a quinta maravilha do mundo? Não sei... esta é uma das perguntas que eu já anotei para fazer ao arquiteto, assim que eu tiver um.. :)

Confesso que apesar de todas as vantagens pregadas pelos sites que eu vi - coincidência: a grande parte deles de fornecedores ou construtores - eu ainda tenho um certo preconceito. Eu já fui em alguns lugares nos EUA em que o piso (do segundo andar) não parecia muito confiável. É claro que estou falando de situações isoladas e não um sentimento geral, mas sei lá...

Dizem que o custo também é menor mas só com o tempo eu vou descobrir... Eu tenho a impressão que é uma daquelas coisas do tipo "você gasta só um pouco a mais agora e em 15 anos vai ter economizado muito mais"... O problema é que o dinheiro - HOJE - é curto, hehehehe...

Alguns sites interessantes para quem quer se informar:
Quando eu descobrir mais, voltamos ao assunto...

Até o próximo post...

sábado, 15 de maio de 2010

Começando de baixo...

Há algum tempo eu e minha esposa (então namorada) vínhamos pensando em sair do apartamento, onde vivemos, para uma casa. Na verdade, esta idéia sempre foi mais minha, mas isto não vem ao caso... :-)
Depois de dar umas voltas pela cidade sem maiores pretensões, acabamos (quase sem querer) conhecendo o Condomínio Royal Garden e já na primeira visita alguma coisa nos dizia que este era o local. Como se trata de um condomínio fechado, a segurança é sem dúvida um diferencial: principalmente quando - no futuro - vierem filhos. Eu acredito que dar a eles a oportunidade de ter um lugar seguro para andar de bicicleta, correr, etc., é algo muito importante e difícil nos dias de hoje, mas que fará eles terem uma infância mais feliz.

Além disso, o lugar é muito bacana, tem uma grande área de lazer e as casas que já existem lá são muito bonitas embora as regras (e o valor) do condomínio sejam bastante razoáveis e acessíveis. Os únicos problemas são a localização (que é ótima, mas um pouco distante do centro da cidade) e o preço, que era um pouco mais salgado do que um terreno "comum" mas até justo, considerando o fato de ser um condomínio fechado e a área de lazer.

Passados alguns meses, descobri que um conhecido meu estava vendendo um terreno lá e após mais alguns meses de negociação, finalmente fechamos negócio. E aí começa a primeira lição: O que existe depois do "OK, vamos fechar negócio" ?

Primeiro, é preciso ir a um cartório e iniciar o processo de escrituração. Lá você vai receber uma lista (beeeeeemmm grande) de documentos, certidões, taxas, enfim, tudo muito divertido. Mais aqui vai alguns destaques:

1) É preciso ir no registro de imóveis e solicitar uma certidão negativa de ônus e uma cópia atualizada do registro. Já pegue umas duas certidões, porque você vai precisar de mais de uma (pelo menos eu precisei).

2) Na prefeitura, leve o registro atualizado, a certidão negativa de ônus e o talão de cheques para desembolsar 2% do valor da compra para pagamento do ITBI. Existe sempre a opção de se declarar um valor menor mas pense que este é o valor que você vai poder usar na declaração do imposto de renda. Se você reduzir o valor agora e vender mais tarde, vai pagar a alíquota de IR sobre o valor que você resolveu "esquecer" agora. E a conta vai sair mais cara do que a economia de hoje (faça os cálculos).

3) Prepare-se para conseguir uma tonelada de negativas de tudo quanto é tipo. Você tem a opção - como comprador - de abrir mão destas negativas mas não corra riscos à toa (eu abri mão de algumas mas foi um risco calculado). Como eu não fiz todas não sei o valor exato de todas elas, mas eu vi em algum site que o valor total pode ficar perto dos R$ 150,00.

4) Taxa de reaparelhamento do Judiciário - mais R$ 416,00 que saem do seu bolso e ajudará a tornar o nosso poder judiciário mais eficiente.

5) R$ 837,00 pagos para o cartório. Considerando que o trabalho se resume a coletar cópias de documentos e preencher lacunas de um template pronto, tá bem pago, mas enfim, faz parte...

6) Depois da escritura assinada por todos, é preciso levá-la ao Registro de Imóveis: aí, vai mais uma facada, mas essa eu vou descobrir esta semana, e depois publico aqui quanto foi gasto. :) Depois de bem mais de uma semana, finalmente o processo todo acabou. Já retirei o Registro de Imóveis e lá se foram mais R$ 906,00. Pelo menos agora acabou.. :)

Enfim.. passada esta primeira fase ainda muitas e muitas virão... conseguir comprar o terreno e finalizar o processo de compra é só a ponta do iceberg... muitas aventuras ainda estão por vir.. :)

Até o próximo post...